quinta-feira, maio 21, 2009

Epitáfio

Ele nasceu, tímido, mas alegre e radiante. Iluminava à todos com sua felicidade brilhante.
Foi crescendo, viu todas as pessoas deste mundo. Avistou velhinhas atravessando a rua, enamorados apaixonados a passear e crianças correndo sem parar. Acompanhou um empresário indo trabalhar, uma estudante a estudar e uma dondoca indo comprar. Encantou-se com a alegria de viver de alguns, mas se espantou com a maneira fútil e vulgar de viver de outros.
Ele passou por lugares lindos e sombrios, paradísiacos e infernais. Chorou ao ver lugares maltratados, arruinados e, após chorar, rezou por todas aquelas pessoas, ignorantes, que estragavam o mundo, a casa de todos.
Conheceu milhares de culturas, de todas as épocas e lugares, dos incas aos roqueiros e "pop stars". Estranhou algumas delas, mas, mesmo assim, respeitou-as.
E foi envelhecendo, caindo e caindo sem parar... Deixou sua alegria por onde passou e então não havia mais nada a fazer, senão deitar. E ele deitou e foi fechando os olhos devagar, e com isso, as cores começaram a mudar: do azul passou para o laranja, foi indo até o rosa e depois foi escurecendo, escurecendo, até chegar à um preto sem fim.

Ana Carolina Garrana

inspirado na obra: "Epitáfio - Vinicius de Moraes"

OBS: meu texto tem o mesmo título da obra pois este texto foi uma redação escolar.